sbmac@sbmac.org.br

(16) 99637-4820

Pesquisar

Matemática Aplicada e Computacional na gestão e tomada de decisões no combate às cheias do RS

As inundações catastróficas que assolam o Rio Grande do Sul em 2023 e 2024 demandam abordagens científicas e tecnológicas avançadas para mitigar seus impactos e orientar a tomada de decisões. Nesse contexto, pesquisadores engajados em modelagem matemática e computacional emergem como protagonistas, oferecendo ferramentas analíticas e numéricas, com preditivas fundamentais para a gestão eficaz dessa crise climática.

Com a chegada das cheias na região sul do RS, desde o início de maio, professores e técnicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) se dedicam de forma voluntária a assessorar cientificamente o poder público e a Defesa Civil de Pelotas, visando incentivar a gestão pública no desenvolvimento de soluções eficazes para avaliação de risco ao evento de inundação, ampliando assim a capacidade de resposta a esse evento extremo. Graças à contribuição desses especialistas, está sendo possível acompanhar o comportamento dos ventos e a elevação das águas com mais precisão, auxiliando a tomada de decisões, o desenho das áreas de risco e a necessidade de evacuação.

O grupo de pesquisadores interdisciplinares, que conta com matemáticos, meteorologistas, hidrólogos, engenheiros e economistas, enfrenta a dificuldade de acompanhar dados em tempo real e projeta ao menos mais uma ou duas semanas de acompanhamento constante da situação, ou seja, até o final de maio. Durante as interações, os diversos membros vinculados à UFPEL, tem se empenhado na identificação de monitoramento hidrológico, modelagem hidrológica, modelagem espacial (topografia), modelagem temporal de deslocamento de massas de água (modelagem hidráulica) e previsões meteorológicas (vento/chuva). Essas iniciativas visam contribuir para uma resposta mais efetiva das Prefeituras e outras entidades, como, a Defesa Civil Militar, os Bombeiros, o Exército, a Polícia, a Marinha, a Polícia Federal, a Brigada Militar, a Polícia Civil, a Polícia Municipal, a PRF, o DAEP, e o Ministério Público.

O jornal Diário Popular conversou com parte dos cientistas na Sala de Situação instalada no quartel do Exército em Pelotas e a reportagem completa se encontra em Diario Popular / Geral / Cientistas acompanham situação diariamente em Pelotas.

Os professores do PPG em Modelagem Matemática (PPGMMat), Daniela Buske e Régis Sperotto de Quadros, juntamente com o pós doutorando Leonidas Alejandro Arias Baltazar, estão colaborando com a equipe utilizando o software de modelagem hidráulica HEC-RAS, desenvolvido pelo Centro de Engenharia Hidrológica do Exército dos Estados Unidos, para simular a área a ser atingida, profundidade da água e tempo de chegada da massa de água na região. Se esta informação for conhecida com anterioridade, um mapeamento da inundação pode ser realizado, o qual permite tomar decisões como a evacuação de pessoas que vivem em regiões afetadas para diminuir os danos. As estimativas estão sendo realizadas com foco na cidade de Pelotas e arredores (colônia Z3 e Laranjal), além lagoa Mirim e das principais cidades da lagoa dos Patos (de modo a acompanhar o volume das águas e possibilitar adaptações no modelo).

A divulgação do trabalho desenvolvido pela equipe de modelagem matemática pode ser acessada em: Prefeitura Municipal de Pelotas.

Além da reportagem, um vídeo da professora Daniela pode ser acessado no instagram da prefeitura de Pelotas @prefeituradepelotas: https://www.instagram.com/reel/C64a_UbOL_Z/?igsh=MXN5cXhuOXY0bjRxNQ==

Assim, a colaboração entre pesquisadores e autoridades locais na aplicação de modelos matemáticos representa um exemplo paradigmático de como a ciência pode ser mobilizada em prol da segurança e bem-estar da população em tempos de crise climática.

Compartilhe